segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade.


Mariza (Fado)

Composição:Jorge Fernando

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Última Estrela

Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trêmulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;
Alegre pelo critério que tenho em Poder ver-te
Sem "estado de alma" nenhum, sonho ver-te.
A tua beleza para mim está em existires
A tua grandeza está em existires inteiramente fora de mim.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Até um dia mãe. Gostava de lhe poder dizer mais um milhão de vezes que a amo...
A minha Kika para sempre...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Custa tanto saber o que se sente quando reparamos em nós!…
Mesmo viver sabe a custar tanto quando se dá por isso…
Falai, portanto, sem repardes que existis…

Quem pudesse gritar para despertarmos!
Estou a ouvir-me gritar dentro de mim, mas já não sei o caminho da minha vontade para a minha garganta.

Fernando Pessoa