"Recomeça... se puderes, sem angústia e sem pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade, enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade."
Miguel Torga
segunda-feira, 29 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Vi o monte…
Queria simplesmente subir até lá!
Gostava de ver a sua vista, o deslumbramento da sua altura.
Sentar-me numa de apreciar, absorver!
Mas vi de longe, nunca pensei que fosse longe!?
Alguém me tinha dito, É longe!
Aquela distância era uma miragem.
Pensei em voltar para trás.
Ou até nunca mais pensar em subir.
Mas não…não desisti.
Fui caminhando dia-a-dia.
Desbravei caminho hora a hora, e em cada segundo o vento me empurrou.
Ainda lá estou bem no cimo, nas alturas…
Onde só chegam aqueles que acreditam.
Os que apenas querem ver a vista de outro ângulo.
Os que somente querem dar à vida mais cor, mais sentido!
Sem se importarem com a caminhada!
SV
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Portugal
O teu destino é nunca haver chegada
O teu destino é outra índia e outro mar
E a nova nau lusíada apontada
A um país que só há no verbo achar
Manuel Alegre
O teu destino é outra índia e outro mar
E a nova nau lusíada apontada
A um país que só há no verbo achar
Manuel Alegre
segunda-feira, 8 de junho de 2009
segunda-feira, 1 de junho de 2009
VOZES DO MAR
Quando o sol vai caindo sobre as águas
Num nervoso delíquio d'oiro intenso,
Donde vem essa voz cheia de mágoas
Com que falas à terra, ó mar imenso?...
Tu falas de festins, e cavalgadas
De cavaleiros errantes ao luar?
Falas de caravelas encantadas
Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d'epopeias? Tens anseios
D'amarguras? Tu tens também receios,
Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz, ó mar amigo?...
... Talvez a voz do Portugal antigo,
Chamando por Camões numa saudade!
Florbela Espanca
A FADA DAS CRIANÇAS

Do seu longínquo reino cor-de-rosa,
Voando pela noite silenciosa,
A fada das crianças vem, luzindo.
Papoilas a coroam, e, cobrindo
Seu corpo todo, a tornam misteriosa.
À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia –
E sonhos lindos, como ninguém teve,
A sentir a criança principia.
E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,
E palhaços que tocam em rabecas…
E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas…
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa.
Fernando Pessoa
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