sábado, 8 de setembro de 2012



INCONSTÂNCIA

Procurei o amor, que me mentiu.

Pedi à Vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava
Meu castelo de luz que me caiu!

Tanto clarão nas trevas refulgiu,
E tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que os longes deslumbrava
Igual a tanto sol que me fugiu!

Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer
As brumas dos atalhos por onde ando...

E este amor que assim me vai fugindo
É igual a outro amor que vai surgindo,
Que há-de partir também... nem eu sei quando...
 
 FLORBELA ESPANCA, in LIVRO DE SOROR SAUDADE (1923)

1 comentário:

Miguel Martins disse...

Refletindo em voz alta

Dizem que no tempo certo tudo dará certo,
dizem que se tivermos paciência tudo se encaixa,
falam até que quem espera sempre alcança,
que a última que morre é a esperança,
não creio que possa ser assim,
deve ter algo a mais que somente regras,
deve ter uma magia escondida,
algo ainda escondido da maioria de nós,
uma solução mágica que cure as feridas,
e se não tiver essa solução,
para algumas coisas procurei resposta.
Ninguém jamais saberá o tempo certo,
ele pode ser esse momento, o já, o agora
e nós inocentes o deixamos ele passar.
Ter paciência é ótimo, nos ajuda em muitas coisas,
mas nos deixa à mercê de quem nos conhece,
ficamos previsíveis, perca a paciência à vezes e veja o resultado.
Esperar, esperar e esperar creio que quem espera algo, é por que
não sabe como conseguir, não consegue forças e acredita que
esperar é a solução mágica, não espere acontecer, faça acontecer!
E por último a esperança.
Se a esperança for à última que morre, infelizmente estamos (ferrados),
analise bem, ela foi à última, então nós já morremos há muito tempo, então
prefiro continuar vivo quando a esperança morrer.
By, Adilson Costa

Miguel Martins